quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Foto Biografia

1961
Com a mãe, foto colorida pelo pai


1962 com 18 meses

1966 com o pai


1967


Com a irmã aos 6 ou 7 anos


1969 com a mãe e a irmã


1973 com 13 anos


1979 com 19 anos


1982 com 22 anos


1988 com 28 anos


1991 com o filho


1991 com 31 anos


1994 com 34 anos


1995


2000 com 40 anos


2009 com 48 anos


2009





Daniel por Daniel


“De mim, eu direi o seguinte: divorciado. Casei em 1984. Em 1986 nasceu o Daniel Henrique, o meu único filho. As zonas mais sossegadas do paranormal – ou seja, as menos “espampanantes” e menos “parolas” – e, também, o automobilismo e a música acompanham-me há longo tempo, como motivos onde descubro interesse. Também aprecio o futebol, o atletismo, os documentários televisivos, o culto da memória, os jogos RPG para consola, o coleccionismo (sobretudo os que se debruçam sobre a Natureza), a preservação dos objectos. Quando votei, votei sempre na esquerda.”

Julho de 2009, Daniel Maia-Pinto Rodrigues

In, Página Literária do Porto

As Obras de Daniel

POESIA

Dióspiro. Poesia Reunida 1977-2007
Quasi Edições, 2007
Antologia que reúne, em "versão definitiva", poemas, alguns inéditos, dos primeiros trinta anos de vida literária do Autor, seleccionados e organizados por Luís Miguel Queirós e José Carlos Tinoco. Contém uma nota introdutória autógrafa e um ensaio de Rui Lage.



Malva 62
Quasi Edições, 2005
De acordo com Manuel António Pina, no posfácio deste volume, "Poucas poesias têm, como a do Daniel, o poder de, ao mesmo tempo, sobressaltar e enternecer, convocar e surpreender, constantemente dar e tirar ao leitor de versos a história e a convicção do poético que, parafraseando O'Neill, ele já traz engatilhadas".



A Sorte Favorece os Rapazes
Fundação Ciência e Desenvolvimento/Teatro do Campo Alegre, 2001
Pequenas histórias em verso, nas quais, supostamente, a sorte favorece os rapazes. O sexo, o adultério, os preconceitos contra as mulheres e outros assuntos tipícamente masculinos são desmontados pelo humor e (auto-)ironia de um sujeito de enunciação afinal frustrado por encontros amorosos não consumados e pela nostalgia de um passado irremediavelmente perdido.



O Afastamento Está Ali Sentado
Quasi Edições, 2001
Antologia poética, cujo título prefigura a atitude dúplice que o sujeito de enunciação assume perante o real, de que se constitui simultaneamente observador atento e distanciado, mas também agente transfigurador, por via da rememoração e do sonho, configurando um universo poético sensorial, misterioso e fantástico.



O Céu a Seu Dono
Edicións Positivas, 1997
Daniel Maia-Pinto Rodrigues em co-autoria com João Gesta



O Valete do Sétimo Naipe
Felício Cabral Publicações, 1994



A Próxima Côr
Pinguim Poesia Bar, 1993


Conhecedor de Ventos
Associação de Jornalista e Homens de Letras do Porto, 1987
De acordo com um dos paratextos da obra, assinado por Carlos de Sousa, este livro é de um "poeta que aceitou o repto mais violento e urgente que se coloca ao Homem de hoje: a fidelidade à vida. É um alerta de um conhecedor de ventos, lúcido e corajoso, contra o caos e a destruição".



Vento
Edição de Autor, 1983


ROMANCE

O Corredor Interior
Clube Literário do Porto, 2006
Único romance do autor, incorpora vários elementos do seu imaginário poético. Enveredando ostensivamente pelo domínio do fantástico, a obra apresenta, na concepção das personagens, dos espaços e da intriga, uma estrutura simbólica e faz apelo a uma compreensão metafísica da realidade. Foi considerado por Mário Cláudio um dos 5 melhores livros editados em Portugal em 2006.


NOVELA

Diabo Tranquilo
Campo de Letras, 2004
Daniel Maia-Pinto Rodrigues em co-autoria com Isabel Rio Novo
O Diabo Tranquilo é uma novela, próxima do género fantástico, composta por quatro narrativas que, embora aparentemente autónomas, possuem simetria e encadeamento. As narrativas encontram-se estruturadas pela sucessão das idades do homem (infância, juventude, maturidade, velhice), alegorizadas também na sequência das estações do ano (Primavera, Verão, Outono, Inverno). Ao longo delas, prevalece o tema da viagem, do homo viator, no espaço e, simbolicamente, na vida. Assim, todas as personagens empreendem uma viagem talvez sem regresso, que impõe o afastamento da estabilidade e o princípio da inquietação, deixando para trás um espaço de tranquilidade, de conforto, de sorrisos familiares.

Informação retirada da Página Literária do Porto.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Um Café - Abril 2008

Dióspiro
Poesia Reunida 1977-2007
Autor: Daniel Maia-Pinto Rodrigues
Selecção e organização: Luís Miguel Queirós e José Carlos Tinoco
Editora: Quasi
Daniel Maia-Pinto Rodrigues – Imaginação e Memória

Descendente, por parte do pai, dos Condes de Botelho e da brasonada família Correia Mourão, bisneto por parte da mãe, do republicano e democrata Coronel Maia Pinto.

É assim o primeiro contacto com o poeta para quem começar a ler este livro pela badana. O bisavô José Teixeira Rêgo, e os seus tios e primos Arnaldo Gama, Conde de Paço d´Arcos, Anrique Paço d´Arcos, Joaquim Paço d´Arcos e Carlos Malheiro não estão aqui para convencer o leitor que Daniel Maia-Pinto Rodrigues não é nenhum badano. Este desfiar de antepassados ilustres não é um mero exercício de pedantismo heráldico, mas antes um exercício de memória, essencial para a sua poética e para a sua vida. Juntamente com a imaginação, a memória é um conceito chave para iniciarmos a digressão pela obra de Maia-Pinto Rodrigues.

Dividido em duas grandes partes (só) aparentemente antagónicas, Contemporaneidades e O baú em quebra-luz, a ordem que se escolher para ler este livro influenciará a percepção geral que se tem da obra e do seu autor. “Eu sou o escritor do baú em quebra-luz, o outro é um repórter da realidade.” O escritor do baú envia esporadicamente ao mundo um outro-eu, descosido da sua identidade real, com o intuito de observar, relatar e esbofetear na cara a realidade mesquinha, chatinha, comesinha, coitadinha. “As diversões do mundo real não me interessam. A pequena tristeza, as pequenas lamúrias, os pequenos ciúmes. A realidade (leia-se contemporaneidade) não é o sítio ideal para escrever poesia. Interessa-me o quietismo, a luz parada, o grande sossego, esse nowhere da realidade.” Interessa-lhe o baú, portanto. E é para o quietismo do baú que o enviado de Daniel à realidade leva notícias, “o pulsar da vida de cá”, que são depois trabalhadas pela personagem primeira que escreveu os poemas do baú em quebra-luz, no baú em quebra-luz. “Ter ficado parado no tempo é profícuo à poesia.”

Daniel não rejeita o real, antes o usa para construir uma realidade ainda mais real, um supra-real cuidadosamente moldado pelas ferramentas intelectuais que escolheu para esse trabalho: memória e imaginação. Estas são as ferramentas que guarda dentro do seu baú, sendo o silêncio e a luz o seu atelier, o espaço ideal, onde o poeta forja a sua realidade ideal. “A minha identidade está preservada na memória, no baú”, diz-me. “É aí que está a luz que me interessa. Não o néon, não aquele amarelo enfermiço, mas o amarelado confortável. É nesse baú em quebra-luz que me encontro”.

Vamos ver como falam estas duas personagens, o enviado e o poeta. Diz-nos, o enviado de Daniel no último poema de Contemporaneidades: “Devagar apenas um se repete/ E chora/ É um rapaz sozinho/ O amor de um rapaz sozinho/ A perfeita pintura de um rapaz/rapariga ágil /Não há mais ninguém/ Nas esquinas dos seus olhos/ Deixem-no ir é um estranho/ Terá o seu tempo a sua oportunidade/ Há-de conseguir imaginar viver.” (p.186)

Há-de conseguir imaginar viver. Como um noviço em vésperas de entrar para a reclusão de um mosteiro, adivinha-se aqui uma preparação do poeta prestes a entrar no baú e desligar-se do mundo. Uma decisão radical de quem tomou consciência de que a vida imaginada é a única que vale a pena ser vivida e, por isso, decidiu ser poeta de corpo inteiro. E sendo que a imaginação trabalha a partir da memória, a experiência da memória é uma experiência de vida.

Uma vez já dentro do baú, o poeta fecha a tampa à realidade não filtrada pela imaginação e diz-nos: “Aquele animal/ por mais que contorne a lagoa/ nunca chegará até nós. / Eu e tu é que ficaremos sempre/ um com o outro. (p.228) A realidade nunca chegará até Daniel Maia-Pinto Rodrigues, ou não tivesse sido sempre o seu grande projecto, ele que odeia projectos, “que o mundo não me mudasse a mim.” (p.170)

Nota: Já tinha acabado de escrever esta crónica, já estava ela prestes a entrar no prelo e ocorreu-se-me que quem eu entrevistei no Café Slávia numa quarta-feira à tarde, quem me ofereceu um exemplar autografado de Dióspiro e escreveu nele algumas palavras simpáticas, não foi Daniel Maia-Pinto Rodrigues mas sim o seu enviado especial à realidade. O verdadeiro Daniel, esse “mafarrico”, nem sequer saiu de casa, do baú, ou donde raio é que ele se esconde. Já não vou a tempo de rescrever esta crónica, os rolos da rotativa já devoraram metade do meu casaco, mas quando nas páginas de Dióspiro encontrar aquele corrimão que desce ao seu encontro, dir-lhe-ei umas quantas coisas acerca de combinar entrevistas e não aparecer. Até lá... bem hajas Daniel por não existires no meio de nós.

Tomás Magalhães Carneiro, Artigo retirado da revista Um Café

Entidade Nocturna

Aí por alturas de um ciclo de conferências
fui ver uma exposição de pintura
à Fundação Engº António de Almeida
onde vim a travar conhecimento
com uma jovem timorense
que vivia na Maia há um ano e meio.

Ora, eu, talvez por ter chamado a atenção da jovem
rapidamente fiquei a par
das causas do povo maubere.
O fim da tarde estava frio
e apesar de me sentir constipado
prestei-me para o que desse e viesse.

Fomos jantar a um restaurante chinês.
Ela era bonita e, já se vê, um pouco escurita.

Combinámos ir no fim-de-semana seguinte
a um tal sítio que ela conhecia
não sei quê de um lago, não sei onde
à beira de um pinhal.
Enquanto aplicava uma expressão de interessado
eu ia pensando é se aquilo não seria mas é um truque
ou coisa assim.
Pergunta-me ela, então:
"Tu não tens medo do Black Jumento, pois não?"
"De quem?"
"Do Black Jumento!"
O Black Jumento, explica-me ela, é uma entidade nocturna
que aparece nas margens dos lagos
quando se apercebe que há romance no ar.
Ó diacho, isto está a ficar complicado, pensava eu
enquanto sorria e arregalava os olhos.

No fim-de-semana combinado
fomos no carro dela
por uns sítios que não sei bem
onde eram, mas, de facto
lá acabámos por ir dar a um pinhal.
O dia estava bonito. Uma luz coada
pairava sobre os pinheiros.
Fizemos um piquenique
e sentíamo-nos bem.
As horas corresponderiam às do Princípio da Tarde.

Depois de quase termos adormecido
fomos dar um passeio.
Era tudo indistinto, aprazível, refractado.
Um vento suave agitava as árvores
eu sentia regressos, luzes, descontracções
e de uma forma desfocada e quase súbita
avistei um lago.

Olhei para ela de repente
e ela, doce, olhava para mim.
O dia mergulhou no lago
e ela, doce, olhava para mim.

Eis se não quando aparece o Black Jumento.
"Desculpa lá, ó Black Ju... Jumento
tu, para além de seres nojento
podias ter aparecido noutro momento."
O Black Jumento, sem se desmobilizar
e não pensando ele noutra coisa
apressado a tirar os calções.
"Ó Jumento, mas qual é a tua ideia, meu?!"
"A minha ideia é que tu me dês o que pensas que é teu!"
"Espera lá - disse eu - não me são estranhas essas tuas patas..."
"Ó português, meu trengo, não vês que sou o Ali Alatas!"

Daniel Maia-Pinto Rodrigues, in Dióspiro

Azul, Amarelo e Roxo

As três cores do Daniel:


O azul - a infância e onde existem as memórias;

O amarelo - o satírico e onde ele próprio se torna uma espécie de narrador participante;

E o roxo - a aproximação ao negro, ao gótica e é um encantamento do autor.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Destaques

No balanço anual sobre a literatura portuguesa, com publicação no jornal "Público", Mário Cláudio coloca o romance O Corredor Interior, de Daniel Maia-Pinto Rodrigues, como um dos 5 melhores livros (de todos os géneros literários) editados em Portugal, em 2006.

O "Das Artes e das Letras", suplemento de reconhecido interesse cultural, pelo Ministério da Cultura, editado pelos jornais "O Primeirio de Janeiro", pelo "Notícias da Manhã" e pelo "Diário XXI", dispensa-lhe três páginas, com destaque na capa, numa reportagem verdadeiramente inteligente, animada por Filipa Leal.
O jornal "Público", nas duas páginas centrais, no Dia Mundial da Poesia, dá-lhe grande realce, numa oportuna e interessantíssima reportagem, animada por Inês Nadais e Luís Miguel Queirós.

José Carlos de Vasconcelos, no "Jornal de Letras", dá-lhe honras de A Figura, numa excelente, esmerada reportagem, de página inteira e destaque na capa, com assinatura de Francisca Cunha Rêgo.

Marcelo Rebelo de Sousa, inclui-o na antologia que elaborou, intitulada Os Poemas da Minha Vida.

A Porto Editora, inclui-o (muma breve representação da moderna poesia portuguesa) na vasta obra - 12 volumes - A Poesia Portuguesa no Mundo (Dicionário Ilustrado).

valter hugo mãe, recentemente distinguido pelo Prémio José Saramago, inclui-o na antologia Desfocados Pelo Vento, A Poesia dos anos 80, Agora (Quasi Edições). Refere o antologiador que Desfocados Pelo Vento é um verso retirado de um poema de Daniel Maia-Pinto Rodrigues.

Luís Carmelo, em edição das Publicações Europa-América, inclui-o na antologia A Novíssima Poesia Portuguesa e a Experiência Estética Contemporânea.

Adorinda Providência Torgal e Madalena Torgal Ferreira, em edições das Publicações Dom Quixote, representaram-no em duas antologias.

Manuel António Pina, sobre a poesia de Daniel Maia-Pinto Rodrigues, entre mais palavras, escreve o seguinte (ver livro Dióspiro):
É preciso que eu diga algo se calhar cruel e comprometedor: a maior parte da poesia portuguesa de autores mais jovens (a revelada, digamos, nas últimas duas décadas) parece-me, senão decepcionante, ao menos, e em geral, desnecessária. Com raríssimas excepções, ela tem apenas, de novo, a idade dos seus autores; muitas vezes nem velha é, é apenas de idade indefinida. A sua principal característica é a desnecessidade, quero eu dizer que, da parte dela, não há-de vir mal nenhum, nem bem nenhum, ao mundo. (De qualquer modo, a minha opinião não tem qualquer relevância na matéria, e não há-de ser decerto ela a determinar o seu destino ou o seu não-destino...)
A poesia do Daniel é, para mim, leitor compulsivo, mesmo se frequentemente distraído, da poesia que se vai publicando, uma dessas raríssimas excepções. E o seu carácter excepcional resukta não só da sua singularidade, mas, simultaneamente, do modo como essa singularidade, essa estranheza, transporta um emocionado e desconcertante reconhecimento do funcionamento do próprio poético.

Mário Cláudio, sobre a poesia de Daniel Maia-Pinto Rodrigues, entre mais palavras, escreve o seguinte (ver livro Dióspiro):
Jurar que ascendeu Daniel Maia-pinto Rodrigues, por conseguinte, mercê de um espicialíssimo talento de perscrutação dos deuses profundos, à dimensão de quem dispensa o tocável que se lhe depara, corresponderá a glosar, para melhor entendimento, quanto ficou, entretanto, nas linhas que precedem estas, e a proclamar o que haverá de surgir, nas seguintes. Despido da ganga dos vates do esquematismo emocional, que recolhem as palavras, em sua miserável condição, à superfície da terra ou à flor da pele, eis o que repudia a cura de águas chilras ou o caldo de galinha descorada, a que alguns persistem em condenar, desde há décadas, falanges e falanges de pobres aprendizes, para quem as nascentes mais fundas se ocultam, sem remédio, sob o mais imediato dos rumores.
Estar este demiurgo, por isso, aponta no sentido de uma jubilosa ressurreição, a que logrou superar todo o balbuceio, e abalançar-se a escrever, desde o início, sem aquele lamentável racismo lexical, que caracteriza a acanhada respiração dos supra-referidos mestres, e a de seus discípulos, quando as palavras nobres se contam, de facto, pelos cinco dedos de cada mão. É a realidade global, pois, que se descobre, nestes textos, além de tido o que a supera, porque de um universo paralelo, mas que, com o vertente, se cruza e se entretece, se vê espraiada a paisagem dos invetores de semelhante fibra, os quais transcendem, com o risco que assiste, sempre, aos criadores autênticos, as inúmeras fronteiras do território do possível.

Rosa Maria Martelo, Luís Miguel Queirós e José Carlos Tinoco constroem peças literárias de grande beleza e visão profunda, em torno da poesia de Daniel Maia-Pinto Rodrigues (ver livro Dióspiro).

Rui Lage, no seu notável Ensaio (cuja leitura recomendo vivamente, por peça literária de inegável valor e interesse cultural) sobre a poesia de Daniel Maia-Pinto Rodrigues diz o seguinte nas conclusões:
Em resumo, ambos nos oferecem leituras apaixonantes, habitam as margens, navegam contra a corrente, fintam arquétipos e estereótipos, resistem às tentações epigonais, ambos, se a palavra ainda não é proibida, ou de mau gosto, fazem vanguarda.
Por tudo isto, e em jeito de conclusão antecipada, dizemos que Daniel Maia-Pinto Rodrigues é responsável por não pouca coisa: oferece de bandeja à poesia portuguesa um admirável mundo novo.

Em concurso instituído pelo Ministério da Cultura, Fiama Hasse Pais Brandão e Vasco Graça Moura atribuiram-lhe menção Honrosa pelo livro A Próxima Cor. Este mesmo livro foi posteriormente distinguido com o prémio Foz Côa Cultural, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Distância

Hoje sinto-me bem disposto

vou aguardar que o sol
ressurja por detrás das nuvens.

Cães ruivos de pêlo longo
correm
e a cada passada
aproximam-se do voo.

Plátanos esperam
e os pardais preparam bem
a luz.

Talvez sejam horas de regressar
talvez sejam horas de ficar aqui.

Daniel Maia-Pinto Rodrigues, in Dióspiro

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Pequena Biografia

Daniel Maia-Pinto Rodrigues nasceu no Porto a 7 de Julho de 1960.
Desde 1983 até à actualidade escreveu um vasto conjunto de obras, entre as quais há a destacar a reedição em 2005 da obra, de 1994, O Valete do Sétimo Naipe, com prefácio de Mário Cláudio, O Diabo Tranquilo em colaboração com Isabel Rio Novo, em 2004, tal como a representação dos seus trabalhos em diversas antologias poéticas, como por exemplo Os Poemas da Minha Vida, por Marcelo Rebelo de Sousa.
Em 1993 a sua obra A Próxima Cor recebeu o 1º Prémio Nacional Foz-Côa-Cultural e Menção Honrosa / Novos Valores da Cultura, atribuída pelo Ministério da Educação e Cultura, segundo parecer do Júri constituído por Fiama Hasse Pais Brandão, Vasco Graça Moura e José Fernando Tavares (em representação do Clube Português de Artes e Ideias).
Daniel Maia-Pinto Rodrigues tem mantido uma colaboração assídua com diversas publicações periódicas generalistas e especializadas, onde foram publicados textos de sua autoria, como é o caso de Vértice, Sílex, A Coisa, Sempre, Aquilo, Trilateral (Porto-Barcelona-Santiago), Babel, Quebra-Noz, Brétema, Hífen, Escolma Poética (Espanha), Orfeu, Il Vento Salato (Itália), Poética (Uruguai), Cadernos do Tâmega, Sol XXI, Simbólica, Metro, Pinguim Poesia em Pó, Anima+l (Espanha), Fundição Veia Assanhada, Faces, Hei!, Revista 365, Inimigo Rumor, Tertúlia, Século XXI, Saudade, etc.
Recitou os seus poemas em diferentes salas de espectáculo e cultura entre os quais são de salientar o Teatro D. Maria II e a Fundação Ciência e Desenvolvimento / Teatro do Campo Alegre, tal como em inúmeras Bibliotecas e Feiras do Livro de diversos pontos do país.

Novo Blog

Como não sei se o blogger mantém os blogs sem actividade muito tempo, vou passar para este novo blog do Daniel alguns post que tinha feito no outro e que me parece que fazerm todo o sentido estarem numblog sobre o Daniel!

Azul e Verde

Há ondas a quebrar nas praias
nas paisagens que guardas de memória -
pequenas ondas das manhãs claras,
pequenas memórias das paisagens largas.

Haverá ainda nos remansos dos quintais
a tua corrida de criança no final das tardes,
e no verão que há por detrás das árvores
haverá a luz dourada dessas tardes longas.

Já pouco te lembras de ti nessas corridas,
da alegria que sentias nos jardins;
vagamente te vês a nadar nas ondas sossegadas -
brancura tremeluzente dos remotos areais.

Daniel Maia-Pinto Rodrigues, in Dióspiro

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Homem

Velho
à porta de sua casa
o pescador.
À sua frente grande
o mar.

A vida. A mulher. Os sonhos.
Subitamente a consciência toda
daquele momento carregado de frio
e de distância.
Mas o vinho ganha no copo
assim como o complicado sabor do cigarro
nos seus dedos.

A tranquilidade desce ao velho.
A imensa companhia da mulher.
oceanos à viola outonos de lã.

Daniel Maia-Pinto Rodrigues, in Dióspiro

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Entrevista 4

Entrevista 3

Entrevista 2

Entrevista 1

Papagaia loira
de bico doirado
leva este corno
ao teu namorado.

Daniel Maia-Pinto Rodrigues, in Malva 62

domingo, 18 de outubro de 2009

Singular Tempo Plural

Em Outubro passado
saí à noite com a cunhada de um amigo
o que me pareceu sexualmente correcto.

Tratava-se o espécime de alguém bem alinhavado
o que também me pareceu sexualmente correcto.

Leveia-a a jantar a um bonito restaurante
trocámos umas ideias
trocámos uns olhares
engraçámos com os pontos em comum
e tudo estava a correr bem.
Falava eu das castas e tradições
do vinho que bebíamos
quando, sentindo-lhe o bouquet
ao dar um gole em grã seigneur
o estafermo do líquido
me entrou para os pulmões, circunstância infeliz
que provocou de imediato
imponente e borrifada engasgadela
mesmo ali à frente da carinha dela
o que francamente me pareceu
sexualmente incorrecto.

Mais tarde, quando já tinha
a algum custo recuperado o élan
fui com ela dar uma volta pela linha costeira.
Durante o passeio,
disse-me que estava a gostar muito
de ouvir os Roxette
o que me pareceu sexualmente correcto.
Depois abordou a política.
explicou-me que já não era
mas que tinha sido daquele partido
que agora, por sinal, está bastante partido
no mau sentido do termo.

Foi logo a seguir que me falou do mar.
Disse-me que o mar, poucos quilómetros adiante
era lindo!

Eu estava já a afiambrar as ideias
e não tardava muito ia entrar naquela fase
em que nos armamos em carapau.
Mas naqueles poucos quilómetros
que faltavam para o sítio
onde o mar é lindo
o carro ficou sem bateria.
Ainda esgrimi, atrapalhado
um incómodo diálogo com o démarreur
mas o carro, pois sim, já dali não saiu
o que, convenhamos
foi de todo sexualmente incorrecto.

Passou-se uma semana, um mês
sucederam-se os outubros
e, talvez pelo que se passou naquela noite
mas creio que não, as nossas vidas
levaram rumos diferentes.

Através do tempo
quando levo alguém a ver
o sítio onde o mar é lindo
fico com a sensação
de que é sempre um pouco depois.

Daniel Maia-Pinto Rodrigues, in Dióspiro

Repetição

Repito a Biografia para oa novos visitantes!
para saberem mais sobre o Daniel, agora sim vou actualizar com a poesia dele e com algumas noticías.

Pequena Biografia


Foto de PAT

Daniel Maia-Pinto Rodrigues nasceu no Porto a 7 de Julho de 1960.

Desde 1983 até à actualidade escreveu um vasto conjunto de obras, entre as quais há a destacar a reedição em 2005 da obra, de 1994, O Valete do Sétimo Naipe, com prefácio de Mário Cláudio, O Diabo Tranquilo em colaboração com Isabel Rio Novo, em 2004, tal como a representação dos seus trabalhos em diversas antologias poéticas, como por exemplo Os Poemas da Minha Vida, por Marcelo Rebelo de Sousa.
Em 1993 a sua obra A Próxima Cor recebeu o 1º Prémio Nacional Foz-Côa-Cultural e Menção Honrosa / Novos Valores da Cultura, atribuída pelo Ministério da Educação e Cultura, segundo parecer do Júri constituído por Fiama Hasse Pais Brandão, Vasco Graça Moura e José Fernando Tavares (em representação do Clube Português de Artes e Ideias).
Daniel Maia-Pinto Rodrigues tem mantido uma colaboração assídua com diversas publicações periódicas generalistas e especializadas, onde foram publicados textos de sua autoria, como é o caso de Vértice, Sílex, A Coisa, Sempre, Aquilo, Trilateral (Porto-Barcelona-Santiago), Babel, Quebra-Noz, Brétema, Hífen, Escolma Poética (Espanha), Orfeu, Il Vento Salato (Itália), Poética (Uruguai), Cadernos do Tâmega, Sol XXI, Simbólica, Metro, Pinguim Poesia em Pó, Anima+l (Espanha), Fundição Veia Assanhada, Faces, Hei!, Revista 365, Inimigo Rumor, Tertúlia, Século XXI, Saudade, etc.
Recitou os seus poemas em diferentes salas de espectáculo e cultura entre os quais são de salientar o Teatro D. Maria II e a Fundação Ciência e Desenvolvimento / Teatro do Campo Alegre, tal como em inúmeras Bibliotecas e Feiras do Livro de diversos pontos do país

Novo Blogue

Ao fim de um ano de ausência, por motivos insondáveis, o blogue do Daniel está de volta!

Infelizmente esqueci-me completamente da password do blogue antigo... portanto aqui fica um novinho em folha, que não vou abandonar!

Quem quiser ver algumas coisas do Daniel, nomeadamente questões biográficas é só ir a O Daniel... os antigos visitantes perdoem-me esta reviravolta... os novos sejam muito bem vindos!